terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Vejo daqui

A cada ano que passa eu descubro que gostaria não de avançar, mas sim de regredir um ano. Porque nos anos que se passaram, eu vejo as coisas com muito mais clareza do que a névoa que encontro pela frente. E apesar de eu já saber o que aconteceria se eu voltasse nos anos e revivesse tudo novamente, e que eu já tinha pintado tudo e não poderia mais mudar, eu fugiria do quase dar certo. Por que quase dar certo é fracassar. E eu não permitiria. Não me permitiria.

Eu descobri que a verdade não está nos olhos de quem vê, mas na vontade do que se quer ver, meio a um embaçado nada esclarecedor. E eu resolvi que, por mais que fosse difícil ver, maior é a vontade que eu tenho de enxergar. Sexta passada as coisas começaram a clarear. Um feixe de luz numa escuridão é muito mais valioso, muito mais intenso do que todo o preto ao seu redor. E com o passar do tempo eu vejo que a luz irradia e domina todo o oco dali. E eu percebo, e enxergo que é tão mais fácil dar um passo à frente e conseguir seguir.

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