segunda-feira, 22 de março de 2010

Por favor, me esqueça

Eu queria, mesmo que por um dia, que ninguém lembrasse quem é a Daniela de treinamento, a Daniela chefe, a Daniela funcionária, a Daniela passageira. Queria ser lembrada e só por Dani, sabe? Queria que todas essas facetas malditas que passam a existir, sem que a gente perceba, sumissem e que só restasse mesmo o mais real de mim. Porque hoje ao levantar, eu visto a máscara da funcionária feliz e satisfeita, da chefe boa e compreensiva, da pessoa mais feliz da vida e sigo na rua achando que ninguém vai perceber, desconfiar. Será? É impossível não perceber! Porque destoa e grita dizendo que não sou eu. Porque não combina com todos os sentimentos, não combina com as batidas do meu coração. Não combina, porque não sou eu.
Isso aqui que você está lendo sim, sou eu. Sou eu porque de baixo dessas máscaras, desse sorriso que não é meu, existe um coração, que ainda bate. Bate porque precisa, e mais ainda porque quer. Bate para me lembrar todo dia que está na hora de eu me libertar. Me libertar dessas facetas que eu mesma criei, e que hoje eu detesto, tenho nojo, raiva, desgosto.
Cansei de ostentar uma realidade nada real, que pesa o dobro do peso do meu corpo. E que me leva a arrastar a vida, ao invés de ser levada por ela. Cansei de tentar dizer e ninguém estar disposto a ouvir. Já deu. O meu limite, a linha vermelha, a última gota. Eu queria, mesmo que por dia, que ninguém lembrasse quem é a Daniela de treinamento, a Daniela chefe, a Daniela funcionária, a Daniela passageira. Por isso, por hoje, por favor, me esqueça.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Nostalgia

Hoje me deixei levar pela nostalgia. Hole shit! Acho que não me faz bem. Sabe quando você lê mensagens de pessoas queridas que você não vê há tempos e mesmo assim, você quase ouve a voz... E você quase acredita que a pessoa está ali, do seu lado? Isso definitivamente não me faz bem.
Porque eu me culpo por não tê-los por perto. E por ter sido tão falha e ter deixado que o tempo transformasse os dias em meses, em anos, em quilómetros. Burra!
Eu quero correr ao contrário. Pode? Porque na direção que eu estou indo, está o medo de ficar cada vez mais longe, menor e mais frio.
Definitivamente nostalgia não é pra mim. Nostalgia me leva pra um lugar em que eu não me reconheço. É de dar medo. É como se fosse uma pré morte. Não tem aquela história de que quando você morre, você assiste o filme da sua vida em segundos? A nostalgia nada mais é do que isso só mais doloroso e muito mais devagar. Porque você não morre e aquilo fica latejando na sua cabeça "BURRA! BURRA! BURRA!". Pois é!
Mas aí, tem um fator muito mais positivo do que a morte. Enfim! É a bendita chance. É a chance de ligar e pedir desculpas por ter sido tão idiota. É vestir a camisa surrada escrito "Sou uma babaca. Mas me perdoa?". É a chance de repensar tudo o que você passou a dar mais valor e o que acabou ficando para trás. Era mesmo para ser assim? Não. Não era. Eu me lembro muito bem de como tudo começou... mas como é que foi acabar assim?
Portanto a partir de hoje eu vou ser mais fiel à minha essência: vocês. Porque se em algum momento eu perdi vocês, eu me perdi também.
Vejo vocês em breve.
Com amor,
Dani