Eu achava que era um imã de louco, mas não. Eles não são loucos. Louca sou eu de não ter percebido antes. Comigo acontecia em qualquer lugar, a qualquer hora. Eles aparecem do nada, me escolhem sei lá porque, e sempre me deixam com um ponto de interrogação ao irem embora. Eu não sei nem o nome, data de aniversário, cor favorita ou pra que time torcem. Não sei. Só sei que vários passam pela minha vida, por minutos. E fim.
Eu não tô falando de ninguém em especial. São pessoas que, idependentemente da história, me deixam com uma percepção única: o mundo está carente. Carente de abraço, de atenção, de educação, de calor humano, sabe? Não aquele que você acha no ônibus, 18h, na Sé. Mas calor humano de carinho mesmo, esperança, apoio.
E o que mais me dá desespero é que, quando eles me contam suas histórias, eles olham nos meus olhos, esperando que eu saiba a resposta certa. E eu lá sei? Não sei nem o que fazer com as minhas preocupações, que são minhas, imagina com a deles. Mas me desce um espírito de profeta e eu começo a falar de perseverança, esperança, de luz. Falo olhando nos olhos. E no fim, o que eles precisavam mesmo era disso, de um olhar atento, e não de palavras de esperança. Eles só querem o que eu quero: atenção.
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